Muitas vezes rezei pedindo a Deus que iluminasse o meu caminho. Pedia-lhe 3 velas.
Eram 3 velas, pois cada uma tinha a sua função conforme fosse percorrendo a estrada que a vida configura. A primeira vela que pedia era para que iluminasse os obstáculos, de forma a que os conseguisse ver, tirar medidas, e não tropeçar. A segunda, era uma vela para que visse que há caminho depois dos obstáculos, para que me desse alento, puxasse por mim e me dissesse que sou capaz, me fizesse querer seguir em frente, ultrapassando tristezas e dúvidas, todas as adversidades. A terceira vela que pedia, seria para me dar luz, como quem dá a mão para que continuemos juntos o Caminho.
Deus, no seu imenso amor paternal que me tem, deu-me as três velas, que hoje agradeço. A minha filha mais velha, cuidadosa, que tudo observa e que me chama a atenção para o que não está como seria de esperar, com uns olhos brilhantes e sorriso tímido, mas sincero, iluminado. A segunda filha que me foi confiada, é corajosa, destemida, é quem está do outro lado do obstáculo, porque já o passou e do outro lado espera por nós, chama-nos, cativa-nos e desvia a nossa atenção de qualquer dificuldade, com uns olhos risonhos, que nos alegram e nos mostram, se quisermos ver, que a vida tem muitas cores, e a luz que nos dá alimenta a sensação de que somos capazes de vencer qualquer barreira. A terceira vela, é o meu filho mais novo, meigo, que me dá a mão, que me pede a mão e com olhos negros radiantes me diz: vamos, que ainda temos muito caminho juntos!